Câmara técnica de Educação Ambiental mapeia iniciativas no território e pretende unir esforços para potencializar resultados


24 jul/2024

Aconteceu na última sexta-feira, 19, a reunião da Câmara Técnica de Capacitação, Comunicação e Educação Ambiental (CTCEA) do Comite da Bacia do Rio Doce. De forma virtual, os representantes da câmara apresentaram trabalhos e promoveram debates, com o objetivo de compartilhar oportunidades e ações de Educação Ambiental na Bacia Hidrográfica do Rio Doce, apresentar as vivências de outros Comitês nessa temática e os recursos disponíveis para desenvolver as ações, com a participação efetiva das comunidades. 

Durante o encontro, foram listadas oportunidades e programas já desenvolvidos por órgãos públicos e gestores, que podem ser de interesse dos Comitês do Rio Doce. O objetivo é unir forças com entidades do sistema e aproveitar ações que já estão em andamento. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), por exemplo, tem o trabalho da Escola Virtual, que oferece cursos de capacitação voltados à gestão de recursos hídricos. Além disso, a ANA divulga anualmente editais de seleção pública que patrocinam seminários e eventos com a temática da Educação Ambiental. 

Já o Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos (IGAM) oferece ações de capacitação remotas e presenciais voltadas aos servidores públicos e públicos externos, além do financiamento de projetos de pesquisa com a temática da Educação Ambiental, em parceria com a FAPEMIG. Realiza também eventos que abordam o tema e seus desdobramentos na discussão dos caminhos para o bom uso da água. Além disso, fomenta a integração com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), alinhando agendas e ações em conjunto.  

O Instituto Estadual de Florestas (IEF) trabalha a Educação Ambiental direcionada às unidades de conservação, como, por exemplo, o Parque Estadual do Rio Doce, com um calendário que envolve a comunidade no território de atuação, trabalhando principalmente com visitas guiadas nas unidades de conservação. 

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD) tem o programa Jovens Mineiros, que trabalha com a capacitação de professores para educarem jovens sobre o tema ambiental. A SEMAD também elabora materiais didáticos e avalia os avanços e desafios acerca desse tema no estado. 

E, por fim, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA) é responsável pela produção e divulgação do Relatório Anual de Ações de Educação Ambiental. 

 Educação ambiental para os comitês avançarem 

A reunião da Câmara técnica também propôs que fosse feito um levantamento geral sobre ações de capacitação de Educação Ambiental dentro da Bacia do Rio Doce. Como sugestão, a CTCEA orientou somar os valores dos Comitês Estaduais destinados a ações de Educação Ambiental e realizar iniciativas em conjunto, como, por exemplo, elaborar planos de Educação Ambiental com ênfase em cada comitê.  Além disso, foi sugerido contratar empresa especializada para elaboração do Plano de Capacitação e Educação Ambiental (PEA) e Manual Operativo para a Bacia do Rio Doce, destacando que o PEA é uma meta física da ANA e dos comitês.  

Dessa forma, foi sugerido articular com órgãos governamentais, empresas e atores locais que possuem iniciativas de Educação Ambiental com o intuito de apoiar e fortalecer as atividades na Bacia Hidrográfica do Rio Doce. Ou seja, elaborar uma ação definida no Plano Integrado e nos Planos Diretores que envolva tanto o comitê federal (CBH Doce), no âmbito de Minas e Espírito Santo, como também os seis comitês afluentes mineiros (CBHs Piranga, Piracicaba, Santo Antônio, Suaçuí, Caratinga e Manhuaçu). 

Nesse sentido, Júnior Loss, presidente do CBH Doce, ressaltou a importância de superar barreiras na discussão da Educação Ambiental nos comitês. “Com relação à CTCEA, é uma das ações prioritárias avançar com a pauta da Educação Ambiental. Precisamos chegar à toda população, por meio da comunicação sobre as ações dos comitês na gestão dos recursos hídricos”, disse ele. 

Da mesma forma, Jorge Martins, presidente do CBH Piracicaba, defendeu a integração e comunicação ampla. “Temos que pensar nessas discussões sobre Educação Ambiental não só dentro dos comitês, mas para atingir o máximo de público externo possível”, reforçou Jorge. 

A Expedição do Rio Piracicaba foi, mais uma vez, exemplo de efetividade com relação às discussões sobre Educação Ambiental. “A educação tem que andar ao lado da mobilização, para conseguir ações mais efetivas nos hidroterritórios. As expedições são um bom exemplo nesse contexto, pois promovem Educação Ambiental e mobilização social. Envolvem escolas e toda a comunidade de forma espontânea. As expedições estão nos planos diretores e serão permanentes, devem acontecer em outros comitês, precisam ter continuidade. Nada melhor para furar a bolha e atingir públicos externos com o tema da Educação Ambiental. Fazer com que a sociedade entenda que o que ela faz na natureza tem relação com o que acontece em tempos de crise climática,” pontuou Geraldo Magela, conselheiro do CBH Piracicaba. 

Senisi Rocha, vice-presidente do CBH DOCE e secretário-executivo do CBH Manhuaçu, reforçou a importância de observar as práticas bem-sucedidas dos comitês. “Com a apresentação nessa Câmara Técnica podemos ter um panorama das ações de Educação Ambiental no território. Acreditamos que podemos ter ações dentro e fora da bacia bem-sucedidas. Podemos aprender com os exemplos de outras bacias hidrográficas. Referências podem contribuir positivamente e acelerar o nosso processo, sem desperdiçar recursos e esforços em ações que não deem retorno. Entendo que o tema da Educação Ambiental é um ponto crucial para aumentar a visibilidade dos nossos comitês”, disse. 

Ampliar os debates com os diversos públicos foi uma premissa na fala dos representantes da maioria dos comitês durante a CTCEA. Carlos Eduardo, presidente do CBH Piranga, reforça que é preciso ampliar o públicoalvo. “Precisamos trazer a rede pública e a rede privada. Nosso público, além dos membros dos Comitês de Bacias Hidrográficas, deve contemplar os profissionais da educação.” 

Um panorama e encaminhamentos visando ações futuras 

A criação da Câmara Técnica de Capacitação, Comunicação e Educação Ambiental (CTCEA) foi um marco nas ações de planejamento dos comitês do DOCE.  Francisco de Assim, secretário do CBH Piranga e presidente da CTCEA, trouxe um panorama sobre a reunião.A gente pretende fazer, de forma integrada e participativa, todas as oficinas e ações voltadas para o tema de Educação Ambiental da Bacia do Doce. Saímos daqui com a definição de realizar reuniões conjuntas das Câmaras técnicas dos afluentes para definir os grupos de trabalho que vão pensar ações sobre essa temática. É preciso também discutir o Plano de Comunicação, que não pode andar separado da Educação Ambiental de forma alguma, se quisermos atingir o grande objetivo de falar com o máximo de pessoas. Demos um passo muito importante ao trazer todas essas visões e ações. O Rio Doce é uma polifonia e a Educação Ambiental possibilita o ressoar de todas essas vozes”, disse o presidente da CTCEA.