CBH-Piranga participa de expedição às áreas afetadas pela lama


30 nov/2015

Representantes do CBH-Rio das Velhas e da UFMG colheram amostras do Rio Doce em pontos estratégicos

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Na última terça-feira (24), o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piranga (CBH-Piranga), Carlos Eduardo Silva, acompanhou a equipe do projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em uma expedição pelas áreas da Bacia do Rio Piranga afetadas pela lama vinda da barragem que cedeu em Mariana no dia 5 de novembro. Também participaram da expedição representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH-Rio das Velhas), que, além de avaliarem os estragos causados pelo rompimento da barragem, também coletaram água em diversos pontos dos rios afluentes para análise.

A expedição

A primeira parada do grupo foi em Rio Doce, onde os rios Piranga e Carmo se encontram.  De acordo com o presidente do CBH-Piranga, da fusão dos mananciais é formado o Doce. “A esperança para revitalização do Rio Doce está no Piranga. Aqui há uma maior vazão e, como este manancial não foi afetado, será com ele, junto com os projetos de recuperação de áreas de preservação permanente e nascentes, que vamos contar para levar mais água para o Doce e ajudar na recuperação da fauna e flora da bacia”, disse.

Em seguida, o grupo de alunos, biólogos, ambientalistas e geógrafos da UFMG percorreu vários pontos dos rios Carmo e Gualaxo, próximo ao município de Barra Longa. Marcus Vinicius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão, acredita que o Rio Doce levará anos para se recuperar. “Com a expedição, pretendemos mapear a situação. Recolher amostras da água e fazer análises”, informou.

Análises e resultados

Ao todo a expedição percorreu cerca de 150 km da capital mineira até Barra Longa, município que fica a 60 km de Mariana. Uma equipe do Instituto de Geociências da UFMG coletou amostras da água para identificar ou não a presença de metais pesados. Segundo o geógrafo Wallace Trindade, “os resultados devem ser divulgados em duas semanas”.

O cenário de guerra encontrado no decorrer da expedição assustou o grupo. Maria Rita Scotti Mussi, professora da UFMG, destacou a importância dos estudos para que sejam traçadas metas para recuperação do Doce.