Evento realizado na UFV lança três programas ambientais para Bacia do Rio Piranga


24 jun/2016

Programas têm foco na recuperação de nascentes, melhorias no saneamento rural e combate à geração de sedimentos na bacia

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piranga (CBH-Piranga) lançou nessa quinta-feira (23), durante evento realizado na Universidade Federal de Viçosa (UFV), três programas para serem implementados na Bacia: Programa de Controle de Atividades Geradoras de Sedimentos (P12); Expansão do Saneamento Rural (P42); e o de Recomposição de Áreas de Preservação Permanentes (APPs) e Nascente (P52).

Participaram do evento a diretoria do CBH-Piranga; o diretor geral do IBIO-AGB Doce, Ricardo Alcântra Valory; o vice-reitor da UFV, Professor João Carlos Cardoso Galvão; o diretor geral da Uni–Viçosa, Evaldo Zeferino Rodrigues; representando a prefeitura de Viçosa, o diretor do SAAE, Rodrigo Teixeira Bicalho; além de prefeitos, vereadores e representantes dos municípios que compõem a Bacia.

O vice-reitor demonstrou preocupação com a atual situação climática do planeta e o enfrentamento dos problemas de crise hídrica. “O contexto atual da nossa bacia envolve diversos fatores que trazem consequências graves para o clima no nosso País. O aumento gradativo na temperatura do planeta pode afetar nossas lavouras e toda a cadeira alimentar, além de tornar mais grave a falta de água”, comentou o professor.

“O IBIO-AGB Doce, entidade delegatária e equiparada a funções de agência de águas da Bacia do Rio Doce, trabalha com o objetivo de fazer que o comitê cumpra suas deliberações e ações, executando assim nosso Plano Integrado de Recursos Hídricos (PIRH). Esses três programas fazem parte do plano e vão trazer não só para bacia do Rio Piranga, mas para toda a Bacia do Rio Doce, uma melhoria da quantidade de água e a esperança para recuperação da bacia. ”, comentou o diretor geral da agência, Ricardo Valory.

Dos 228 municípios da Bacia do Rio Doce, 156 foram contemplados, através do Comitê e da cobrança pelo uso da água, com o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB). “Vamos entregar a 62 municípios o PMSB, um mecanismo tão importante para água, esgoto. Trata-se de um investimento de mais de R$ 10 milhões”, afirmou Carlos Eduardo, presidente do CBH-Piranga, destacando um dos projetos consolidados desenvolvidos pelos comitês de bacia hidrográfica.

Conheça os programas

Os programas lançados estão previstos no Plano de Aplicação Plurianual (PAP) para o exercício de 2016 à 2020 em toda a Bacia do Rio Doce. O analista de programas e projetos do IBIO-AGB Doce explicou como irá funcionar cada programa. “O programa de Recomposição de APPs e Nascentes (P52) tem como foco a restauração ou adensamento de matas ciliares e de topos de moro, além da caracterização e recuperação de nascentes e áreas degradadas”, explicou Eduardo.

Já o programa de Expansão do Saneamento Rural (P42) visa à implantação de sistemas de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto para população rural, com aproveitamento racional e disposição adequada dos resíduos coletados.

“O terceiro, Programa Controle das Atividades Geradoras de Sedimentos (P12), será implementado na Bacia do Rio Piranga. Nele se prevê a elaboração de um diagnóstico específico, com mapeamento, identificação a campo, caracterização de processos erosivos e proposta de remediação de áreas degradadas geradoras de sedimentos, especialmente os relativos às estradas vicinais e caminhos de serviço das propriedades rurais”, comentou Eduardo.

Edital de chamamento

 “As ações previstas nos programas contam com duas etapas, sendo a primeira de planejamento, diagnóstico e projeto; e a segunda etapa de execução dos projetos, podendo abranger atividades como construção de barraginhas, realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR), cercamento de nascentes, instalação de estruturas para tratamento de esgoto, entre outros”, explica a analista de programas e projetos do IBIO-AGB Doce, Cynthia Franco.

Para saber detalhes sobre os programas e como aderir à iniciativa, os municípios devem acessar o Edital de Chamamento Público, disponível no site do IBIO-AGB Doce.

Recuperação da ictiofauna

Para dar exemplos da atual situação da Bacia do Rio Piranga, Jorge Dergam, especialista em ictiofauna da UFV, apresentou um projeto para recuperação e revitalização do Rio Piranga, com base em estudos relacionados aos macroinvertebrados e peixes da região.

Segundo Dergam, a bacia do Rio Piranga já sofria com a degradação resultante da poluição e redução de carga do lençol, mas destacou que é possível reverter essa situação. “Mesmo impactada, a bacia do Rio Piranga é a maior esperança na recuperação do Rio Doce”, lembrou.

Também durante o evento de lançamento dos programas, um dos conselheiros do CBH-Piranga e representante da EMATER, Marcelo Libanio, apresentou a divisão das Unidades Territoriais Estratégicas (UTE) para a bacia.  “Depois de vários encontros das câmaras técnicas e aprovado pela plenária, o CBH-Piranga adotou a ideia de trabalhar com as UTEs, ou seja, dividimos a bacia que tem mais de 70 municípios em oito sub-bacias. São elas: Xopotó, Alto Piranga, Carmo, Rio Peixe, Mombaça, Matipó, Casca e Turvo”, explicou.